sábado, dezembro 29, 2007

Genuíno

O que é o belo?..Será possível encontrá-lo na nau que naufraga nas ondas do tempo que nos alude à efemeridade trausente desta nossa condição humana?.. Nos olhos da criança fugazmente vislumbramos o concreto deste abstracto, mas num ápice distraimo-nos com a fealdade do que nos rodeia..

Talim-Talão, quem é feio?Eu não!

Coloridos ,corroídos e vendidos, trespassam nos nossos espirítos dividos e tingidos...A melancolia do automatismo com que escravizam a civilização é a mesma com que , de antemão, vos embalo nesta lengalenga em jargão..

Tirolirolirorá , quero uma dose de alegria ?É para já...


Com o passar do tempo, preciso de mais um pouco ainda, para não deixar de me chamar Narciso, e não deixar que as frechas na minha pele deixem a nu as feridas indigestas que prespassam o meu peito direito..

Um-do-li-tá quem vem lá?É um cara de amendoá(?!)

Será que contemplo a beleza de quem lê estas palavras satíricas tão loucas de significado? Acredito numa incerteza afirmativa, para que possa, assim, manter a esperança viva..


Com esta certeza de esperança desejo a todos um BOM ANO NOVO!

Anelar

segunda-feira, dezembro 24, 2007

FELIZ NATAL!



Porque todos os anos, quando crianças, o viamos no Natal...
Porque o Natal só era Natal quando dava na televisão...
Porque quem nasceu de 80 a 89 delirou completamente com ele...
Porque recordar é viver.....

FelIz NaTaL *

domingo, dezembro 16, 2007

Just something to remember...



All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhere
Their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tomorrow, no tomorrow
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad World

Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday, Happy Birthday
And I feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad World
Enlarging your world
Mad World.

Fura_bolos (where are the normal people?)

quinta-feira, outubro 11, 2007

O dia-a-dia...

O autocarro inseguro parece ter força de vontade para andar...
O rio, por baixo, brilha sobre o sol da manha: paraíso?
O autocarro vai seguindo a sua cauda, o seu conto, subtilmente, com crianças que entram e seguram na mochila, com os olhares de loucos que se riem e com os óculos escuros daqueles que escondem a magoa e... o sorriso.
O desafio da duvida e a estabilidade da certeza.
O rubro da insegurança.
A voz que enrola na língua a bipolaridade de querer incessantemente falar.
O corpo sem mensagem: as mãos perdidas sem espaço no bolso; a cinta escondida por detrás do frio; o branco na roupa do mundo.

Fura_Bolos ( :) )

sábado, outubro 06, 2007

Pathways of nobody

Demos os braços, trocamos de armas, e retrocamos aqueles olhares vorazes de carinho..Embrenhamo-nos naquela floresta mágica que reluz com funérias vidas encantadas..Fomo-nos embrenhando na dormência opiácia do nevoeiro que se interpôs entre os nossos vultos perdidos em si mesmos..Entre as finas ramagens do tempo fomo-nos perdendo uns dos outros.. as pedras deixadas nos trilhos percorridos foram gastas pelas palavras proferidas em nome da amizade..Encontramos almas vagabundas, que nos confortaram no mais leve momento de existência, quando somos espinhados pelas agruras que nos levam os restos de esperança..Mas na sua fantasmagórica presença não ocuparam todos os baldios deixados para trás por aqueles que partiram para vidas diferentes..Quando nos encontrarmos na clareira da floresta talvez possamos reviver os momentos de felicidade com que nos presenteamos mutuamente… para já fica a saudade, que sem saber, nos vai aproximando nos interlúdios de espaço e tempo…

Anelar

quarta-feira, outubro 03, 2007

Vozes Intemporais(II)


John Lee Hooker (22 de agosto de 1917 - 21 de junho de 2001) foi um influente cantor e guitarrista de blues americano, nascido em Clarksdale, Mississipi. Foi um dos maiores músicos de blues de todos os tempos, famoso por seu blues estilo "boogie" e seu modo de cantar falado.
Décimo primeiro filho de uma família de agricultores, cresceu ao som de músicas religiosas, por influência da família.
Em 1921 seus pais divorciam-se, e a sua mãe casou-se novamente com William Moore, que era um cantor de blues e foi quem lhe ensinou as primeiras noções de como tocar.
Will Moore tocava às vezes com Charley Patton quando ele se apresentava nas redondezas de Clarksdale. Blind Lemom Jefferson e Blind Blacke visitavam Moore para fazerem um som e essa experiência foi significativa para o blues entrar de vez na vida do jovem Hooker.
John Lee Hooker seguiu os passos de seu padastro e começou a tocar em festivais pelo país.
A carreira de Hooker começou em 1948 quando ele alcançou sucesso com o compacto "Boogie Chillen", apresentando um estilo meio falado que se tornaria a sua marca registrada. Ritmicamente,a sua música era bastante livre, uma característica que ele tinha em comum com os primeiros músicos de delta blues. Sua entoação vocal era menos associada à música de bar comparativamente à de outros cantores de blues. Seu estilo casual e falado errado seria diminuído com o advento do blues elétrico das bandas de Chicago mas, mesmo quando não estava tocando sozinho, Hooker mantia as características primordiais do seu som.

Entretanto leva adiante uma carreira solo, ainda mais popular devido ao surgimento de aficcionados por blues e música folk no começo dos anos 60 - ele inclusive passou a ser mais conhecido entre o público branco, e deu uma oportunidade ao iniciante Bob Dylan. Outro destaque de sua carreira aconteceu em 1989, quando se juntou a diversos astros convidados, incluindo Keith Richards e Carlos Santana, para a gravação de The Healer, que acabaria por ganhar um Grammy.

Hooker gravou mais de 100 álbuns e viveu os últimos anos da sua vida em São Francisco, onde era dono de um clube noturno chamado "Boom Boom Room", nome este inspirado num dos seus sucessos.


Anelar

Fonte:wikipédia

quinta-feira, setembro 20, 2007

Coração Polar

Coração Polar


Não sei bem de que cor são os navios
quando naufragam no meio dos teus braços
sei que há um corpo nunca encontrado algures no mar
e que esse corpo vivo é o teu corpo imaterial
a tua promessa nos mastros de todos os veleiros
a ilha perfumada das tuas pernas
o teu ventre de conchas e corais
a gruta onde me esperas
com teus lábios de espuma e de salsugem
os teus náufragos
e a grande equação do vento e da viagem
onde o acaso floresce com seus espelhos
seus indícios de rosa e descoberta.
Não sei de cor essa linha
onde se cruza a lua e a mastreação
mas sei que em cada rua há uma esquina
uma abertura entre a rotina e a maravilha
há uma hora de fogo para o azul
a hora em que te encontro e não te encontro
há um ângulo ao contrário
uma geometria mágica onde tudo pode ser possível
há um mar imaginário aberto em cada página
não me venham dizer que nunca mais
as rotas nascem do desejo
e eu quero o cruzeiro do sul das tuas mãos
quero o teu nome escrito nas marés
nesta cidade onde no sítio mais absurdo
num sentido proibido ou num semáforo
todos os poentes me dizem quem tu és.


Manuel Alegre

Porque te encontro em todos os suspiros e pensamentos que preconizam a nossa existência durante o hoje e o amanhã...

Anelar

sexta-feira, setembro 07, 2007

Once Upon a Time... In Portugal




Aprender a deixar as pessoas partirem...
Acho que esta é das lições mais complicadas que a vida tem... Como sobreviver à ausência e ao vazio deixado por alguém?
Recordando-a? Guardando-a dentro de nós, nas ruas que passamos juntos, nos cafés que paramos para estar em silêncio, nos sorrisos e gargalhadas que explodiam como fogo de artificio?



Era uma vez um rapaz com cara de miúdo, com os olhos azuis como o céu e com o cabelo sujo de brincar na areia.
Era um rapaz do mundo e toda a gente gostava dele (até os porteiros da discoteca). Havia algo nele especial, quase mágico: era as palavras que utilizava. Ele dizia coisas fantásticas que tornavam as nuvens negras e carregadas em campos de trigo amarelo e, por isso, ele nunca chorava, nem nas despedidas...
A sua barriga era farta de coisas boas e cada alimento que comia, tal como cada pessoa que conhecia, era especial: o sabor forte e picando do chouriço, o travo adocicado nas natas na massa de atum, a leveza com que enfrentava o copo da super bock.




As malas estavam quase prontas para a despedida: estavam tão cheias e carregadas com palavras, com músicas, com livros, com cartas (daquelas que nunca se perdem) que as lágrimas não tinham espaço ou peso para enrolarem na areia como o mar.
No final só se ouviam os gritos dos bêbedos no puzzle escuro da noite e o “Até amanha, quando acordares vai ter lá a casa...”

Fura Bolos

terça-feira, agosto 28, 2007

Loucuras

Foram tantas a dissidências que nos abalaram a fé...aquela nos purga em todos os segundos..a fé de ter alma...

Foram tantos os precalços que nos fizeram duvidar de nós mesmos, que nos dissecaram os pilares de amor-próprio...que se injectaram nas nossas veias drogadas de nós mesmos..

Foram tantos os acidentes que nos fizeram chocar neste xadrez, em que o peão come o bispo, e o bispo come a rainha..

Foram tantas a bizarrias nesta dimensão em que eu e tu habitamos..que fugazmente deixamos de acreditar no que nos sustém, para depois voltarmos a fazê-lo, a desfazê-lo, e refazê-lo ,nesta roda viciosa de vivências...

Foram tantos os pedaços de amor vagabundos e perdidos por aí que deixamos de conseguir apanhá-los para embalsamá-los em nós mesmos novamente...

Foram tantas as simpatias derretidas pelos negrumes de essência humana, que se coagularam numa só massa, quem sabe para dar origem a outro planeta bem longínquo do nosso..

Foram tantas as vontades, que agora se entreolham todas numa fila que não tem primeira nem última..

Foram tantas as quimeras, que agora sinto vontade de retê-las todas nesta simplicidade de aglomerados de loucuras que vocifero neste insanos desabafos...


Anelar

sábado, julho 28, 2007

Cá vamos nós: ANDANÇAS 2007



De 30 de Julho a 5 de Agosto, S. Pedro do Sul acolhe mais uma edição do Andanças, o festival onde, provavelmente, é possível aprender maior variedade de danças por metro quadrado...
Contudo, existe a clara noção de que há mais vida para além da dança, por isso cresce a oferta de actividades paralelas. Enfim, cada um é convidado a desenhar o seu próprio programa, o seu próprio Andanças.


Esquema diário da programação

Início da manhã:
Aulas de Meditação, Concentração e Aquecimento

Meio da manhã:
Oficinas de Dança, ou de outra coisa qualquer, Passeios na Serra, Actividades para Crianças, Desportos, Ofícios Tradicionais na Aldeia

Tarde:
Oficinas de Dança/Música, Construção de Instrumentos, Canto Tradicional, Actividades para
Crianças Malabarismo, Teatro de Rua, Percussão, Pintura

Fim de Tarde:
Aulas de Meditação e Relaxamento

Princípio da noite:
Concertos na Capela, Ciclo de documentários seguidos por debates, histórias e canções para
pequenos e graudos ao quentinho da fogueira, Teatro.

Noite:
Bailes, Concertos, Espectáculos em vários palcos em simultâneo.

Pela noite dentro:
Espaço aberto à improvisação musical.


Andanças 2007

terça-feira, julho 10, 2007

Little Children


Hoje decidi alugar um dvd com a certeza de um filme banal que preenchesse uma noite de farra que tinha deixado para traz.


Há filmes que nos marcam sem sabermos porquê: talvez porque nos identificamos com as personagens; talvez porque nunca realmente os compreendemos e o filme agarra o nosso pensamento de uma forma subtil, de incubação sentimental...talvez porque o filme tem AQUELA cena, que pode ser apenas dois minutos de uma imagem vaga, que cola na nossa cabeça e se fecharmos os olhos ainda a vemos, como grandes holofotes de luzes vermelhas...


Hoje decidi alugar um dvd e houve uma frase no filme que, estranhamente, se colou à minha memória como a roupa molhada se cola ao corpo...

A frase era tão simples como algo do género: “O ser humano, nós, somos seres milagrosos...porque temos a capacidade de ver as pessoas que gostamos partir e, ainda assim, continuamos....”

Fura_bolos

quinta-feira, junho 28, 2007

Aqui vendem-se laços

Ando à procura de amigos. O que é que cativar quer dizer?

…Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.

-Laços? – Perguntou o principezinho.

-Sim, laços – Disse a raposa – Eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo e eu serei para ti, única no mundo.
Só conhecemos as coisas que cativamos. Os homens agora já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!

In O Principezinho

Para quê dizer mais?

Anelar

terça-feira, junho 26, 2007

Sounds of Silence


Entre o escrever e o branco…
Entre lua e o cigarro…
Entre ti e mim…

Há um interlúdio quase de saudade…súbita.

Fura_Bolos
("We break mirrors on Fridays as soon as we wake up to try to have some fun for the weekend. We never do. We wander from screen to screen. Staring at screen savers, watching commercials. Waiting for you. Waiting for some sigh.")

sexta-feira, junho 08, 2007

Um dia (a)normal...

Hoje as malas pesavam pela Sá da Bandeira a baixo sempre 30min antes do autocarro para casa. Levanto a cabeça das pedras da calçada (desgastadas pelos saltos) e vejo uma cena que me libertou um sorriso, como um arrepio cor-de-rosa pelo corpo.

Eram 30segundos de dois namorados a discutir.

Gesticulavam habilmente no primeiro compasso da sua discussão de uma relação envernizada de fresco de um primeiro amor.
O relógio deu os 30segundos iniciais e a rapariga desiste e…
silêncio.
Olha para o rapaz, ainda a meio metro de distância a olhar para o chão e fixa o seu olhar nele. Ela olhava tristemente como quem pede alguma coisa em troca de ternura. O seu corpo era desengonçado mas os cabelos pediam a festa de uma mão que se perde nos seus caracóis presos e pretos.
Continua a olhar seriamente para o rapaz com borbulhas na face e este devolve-lhe, finalmente, o olhar penetrante, convencido pelos caracóis.
Ela aproxima-se e corajosamente...
beija-o com todos e sem nenhum medo.

Deram o seu passo para o conforto, para o alívio.

Continuei a andar e a olhar para trás embuida nesta cena de filme dos anos 50 com o James Dean e o beijo continuava sem prognósticos do seu final.
Ele tinha-a abraçado para se sentirem mais e colocava a mão, já segura, na sua face.

Continuei a andar só e despedi-me mentalmente daquele casal, que agora estavam sós e que nem o fumo dos autocarros, as buzinas dos carros ou, até mesmo, os olhares e os sussurros das velhas na paragem, ouviam ou sentiam.

Continuei a andar e lembrei-me de ti. E se tivesses agora comigo? Será que repararias na cena do filme? Será que preenchias a tua espinha dorsal com um sorriso não possível de ser contido, como eu? Eu acho que não… Acho que continuavas a andar e quando eu te falasse, dirias uma piada seca e intelectual. Eu responderia “Não sejas parvo!” como se cantasse o “Não venhas tarde!” e não nos teríamos encontrado naquele espaço intermédio do sorriso.

Fura_bOlos

quinta-feira, maio 31, 2007

Acerca do enigma da vida (ir)real...

Afinal, o que é isto do sonho e do imaginário? Qual é a diferença entre o sonho e a realidade? O que é o sonho e o que é a realidade? O que é a vida? O que é o ser? O que somos nós? ...Quem és tu? A Catarina, o João? A Marina? És um nome?


Um dia destes de repente sem ninguém nos avisar somos lançados nesta rampa para um palco desconhecido e dizem-nos que isto é a vida e o que devemos é viver... contaminados pela cultura, pela época, pela política, pelo Mundo, vivemos uma alienação, somos humanos, temos limites e estamos presos em conceitos, em verdades absolutas. ...Afinal, pensamos nós: a vida até é confortável. A felicidade? Compramo-la nós todos os dias. Os dias são o caminhar para a (des)ilusão mas, fica, só mais um pouco, fiz um esforço para prolongar o sonho, a ilusão, a felicidade, só mais um pouco antes de...
Cai na (ir)realidade e no meio do escuro atravessam-se-lhe raios de luz, fragmentos de verdades? Olha bem à sua volta e tenta decifrar o que parece ver no meio do nevoeiro. Entretanto o pensamento apodera-se dela e o medo domina-a, quer saber o que é, mas não tem coragem. Em estado de desespero julga que só o Deus do sonho a poderá apaziguar... Ela não aguenta a pressão, julga-se doida, perdida, grita de dor, uma dor lasciva e profunda que urre das entranhas primordiais da terra... Mas, isso é medo, é insegurança, ela sente coisas que acha que não deve sentir, ela sente coisas que não sabe se são um sonho ou a realidade, ela usa palavras para determinar aquilo, aquilo que nunca vai descobrir, talvez nunca vá muito mais além do que o óbvio da sua própria sombra. Olha para a imagem por uns segundos e vê-se fundida nela, no fundo ela sabe que é aquilo que critica, a imagem de Siqueiros... As mãos em forma de conxa... É essa a nossa posição, somos passivos, esperamos sempre que alguém venha dizer-nos o que devemos fazer, como, afinal até queremos ser iguais a todos... Esquecemo-nos que por vezes temos que transgredir barreiras invisíveis, muros feitos de ar, tal como Prometeu que teve que transgredir regras para alcançar “o fogo” que era dos Deuses... Mas nós não, nós queremos verdades absolutas, queremos respostas concretas, talvez por isso o Mundo esteja como está e caminhe para a destruição do Homem. ...De repente, assim como a luz surgiu desapareceu para um dia mais tarde regressar.
Quando reparou o dia já tinha nascido, o furacão estava agora a milhas de distância, lentamente vai adormecendo na ilusão dos dias e tudo volta à normalidade do que era antes, as coisas têm o seu nome e estão nos seus devidos lugares... restam-lhe agora as memórias, a lembrança do que foi um dia, mas sem nunca esquecer de que “o importante não é o que é verdadeiro, mas aquilo que nos ajuda a viver...”

Talvez a vida seja só isto ou talvez seja nada...


Palma

segunda-feira, maio 28, 2007

A Memória Inventada...

Hoje à noite estava eu, como tantas outras noites, em frente ao computador a contorcer-me para não gritar de tédio quando o meu primo me diz para fazer uma vizita a um blog: memoria-inventada.weblog.com.pt
Quando abri o blog e vi o primeiro texto pensei: "que seca, um texto tão grande...não me apetece nada ler isto, vou é ver videos para o youtube..." Mas la lhe dei aquele voto de confiança e decidi ler o ultimo post, que vos trascrevo aqui... se tiverem curiosidade e não se deixarem levar pela "seca do tamanho do texto" leiam porque merece a pena...

Sandra

Infidelidade: uma abordagem prática (17)

Sandra lê com irreprimível gozo que na Malásia, ao abrigo da Sharia, um homem pode divorciar-se da mulher por SMS, desde que a mensagem seja clara. Comenta a notícia com a mãe, que se indigna com a reacção da filha e aproveita para lhe dar um sermão sobre a violação dos direitos das mulheres nos países de maioria islâmica. A resposta de Sandra sai torta - "Mas têm telemóvel, mãe..." - e ela pela porta fora.
Sandra crescera entre as novas tecnologias e via no SMS uma forma de comunicação com os seus códigos próprios. SMS enviado era SMS recebido e lido naquele preciso momento. Em todo o caso, a responsabilidade passava para o receptor. Nisso se distinguia da carta, do postal, do bilhete escrito e até da mensagem de correio electrónico. Nem extravio, nem tempos de espera. Uma certeza instantânea. O SMS atingia sempre o alvo, como aqueles mísseis com detectores de calor que perseguem os aviões. Por mais voltas que a pessoa desse, a mensagem chegaria ao seu bolso ou à mala e para Sandra era natural partir do princípio de que seria imediatamente lida, mesmo na ausência de resposta. Se esta percepção pode ser geradora de desnecessária ansiedade, para Sandra trazia vantagens óbvias.
Namorava um homem mais velho, divorciado, com muitas responsabilidades profissionais e que gostava de se deitar cedo. Como ela era noctívaga e esperta o suficiente para poder faltar de manhã às aulas sem que os seus liberais pais a maçassem, os seus horários eram pouco compatíveis. Sandra tinha ternura pelo seu homem, apreciava o conforto emocional e material, bem como o que ele lhe ensinava. Via na diferença de idades - e o que são duas décadas numa vida? - um atractivo. Ele amava-a perdidamente, por todas as razões que são do conhecimento geral. Pernoitavam amiúde, embora com irregularidade, e muitas vezes ela enfiava-se na cama sem o acordar.
Sandra apreciava a noite e era uma rapariga cortejada que lidava bem com a dinâmica passional da sua geração. Rara era a semana em que na escuridão de um bar ou numa pista de dança não se sentia tentada a ceder a um flirt. E raro era o mês em que não concretizava esse desejo. Ao contrário de algumas, tinha escrúpulos. Mas como gostava de viver, desenvolvera também um ritual. Nisso se distinguia de muitas outras.
Na cronologia fina do desejo, há um instante que antecede a fronteira em que se deixa de ter mão na realidade, uma última oportunidade em que a decisão ainda é possível. Sandra aprendera a reconhecer esse instante e a certificar-se de que onde quer que estivesse a rede não faltaria. O que fazia então era enviar um SMS ao seu namorado, sempre a mesma mensagem, em que pensara aturadamente: "é melhor estarmos afastados por uns tempos". Parecia-lhe a fórmula ideal, que interrompia o namoro sem fechar portas e que apesar de tudo demonstrava algum respeito pelo companheiro, por vir sem abreviaturas. Enviada a mensagem, entregava-se livremente aos prazeres que a esperavam. Tentava depois regressar a casa do namorado antes que amanhecesse. Abria a porta com cuidado, descalçava-se, entrava no quarto, procurava o telemóvel dele, certificava-se com alívio de que a mensagem não havia sido lida e apagava-a. Deitava-se depois, só que sem o abraço do costume e guardando algum lençol de distância.
Não é de supor que este ritual de Sandra, cujo ridículo que vem por definição era amplamente frisado pela prática, eliminasse nela todo o mal-estar, mas ajudava-a. Isso chegava. Ela comportava-se como um católico pecador a quem basta o conforto do confessionário. E assim se passaram anos. A sorte acabaria por abandoná-la numa noite de insónia do seu namorado. Ao chegar a casa, ele tinha os olhos inchados de tanto chorar, mas parecia já recomposto e envergando a armadura do orgulho. Percebendo tudo de imediato, cabisbaixa, a rapariga pediu que ele a aceitasse de volta. Foi quanto bastou para que a armadura caísse por terra sem que houvesse interrogatório. Só na cama ele lhe perguntou com alguma ansiedade: "estavas a brincar, não estavas?", ao que ela respondeu: "não, querido, mas hoje de manhã já tinha mudado de ideias. Foi uma precipitação minha". Havendo nesta frase duas verdades e uma mentira, não escandaliza concluir que o saldo na consciência de Sandra ainda era positivo. Com saldo positivo e anúncio nessa semana de cobertura de rede total para o país, o futuro dos dois parecia ainda mais promissor.

Fura_Bolos (conseguiram?)

sexta-feira, maio 25, 2007

Simplesmente a ti...

Hoje senti-te...assim como em todos os dias em pressinto a insaciabilidade que nos legaste...Hoje senti-te, nesse teu olhar aveludado que nos diz que os confins de eternidade são reais..A tua voz tocou a minha, na ressonância colorida emanada desse teu sorriso..Queria-te aqui agora, comigo ao meu lado, para mais uma vez revelar o conteúdo da minha caixa de Pandora...sim é que desde que partiste ela ficou mais difícil de abrir sabias? Poucos são aqueles que possuem as palavras mágicas que entreabrem este meu pequeno mundo, e tu eras um deles... com esse teu código de acesso tão bonito de amizade e compreensão..Enquanto sigo nesta corrente que nos conduz sabe-se lá até onde, vou levar-te comigo transformada em símbolos de amor e carinho até uma dessas margens, de onde possa avistar o pôr do sol..

Anelar

quarta-feira, maio 16, 2007

Retrato de uma princesa desconhecida

Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, abril 26, 2007

Palma is back! Be carefullllllll

Olá! É so pra dizer que voltei...Não sei se para sempre ou temporariamente...É que estou com uma mãozinha (secret) e fui intimada a vir aqui deixar um sinal da minha existência. Mas eu não me esqueci de vocês! Acreditem que não. ok, agora a falar a sério. É só para dizer que gosto muito de todas! E que gostava de passar mais tempo convosco! Já pareço uma mãozinha que eu bem sei com o síndrome do todo que fica sempre aflita por não nos conseguir juntar todas....

P.S. dzvfb Alguma sugestão para a prenda da pataias e da isa também?

Palma

sábado, abril 21, 2007

Senhores e Senhoras: Bem-vindos ao PIOR cartaz da Keima das Fitas (Coimbra) de TODO O SEMPRE:

Sexta-feira, 4 de Maio: The Gift, Skye e Coral Quecofónico do Cifrão

Sábado, 5 de Maio: Da Weasel e Rui Veloso

Domingo, 6 de Maio: Mau, Blasted Mechanism e Fanfarra

Segunda, 7 de Maio: Linda Martini, Xutos e Pontapés e Estudantina

Terça, 8 de Maio: Diapasão, Quim Barreiros, Tuna Masculina e Feminina de Medicina

Quarta, 9 de Maio: The Cynicals, Asher Lane, In Vino Veritas e Mondeguinas

Quinta, 10 de Maio: Oioai, André Sardet, Orxestra Pitagórica e Grupo de Cordas

Sexta, 11 de Maio: Vicious Five, Bloodhoung Gang, Rags e As Fans

quarta-feira, abril 11, 2007

Olá como tens estado?
Tenho sonhado contigo… aliás poucas são as noites que não sonho contigo… ora são sonhos reais em que juro que te beijei e que cheirei esse teu perfume humano, natural e teu, ora são sonhos aterradores em que te procuro na multidão e…não estás… E não estás, pois não?
Não consigo escrever porque sei que tenho que falar de ti e porque quero falar de ti mas as palavras parecem vagas, pequenas, tacanhas e muito alem de tudo o que queria escrever… Por isso, peço-te já desculpa….
Se tivesses a ler isto diziasme “Oh Isa não sejas tola, lá estás tu a exagerar…”.

Quero recordar-te sempre, sempre… Aquele teu sorriso que toda a gente fala, aquela tua forma de falar quase rouca, aquelas discussões que acabavam em abraços, aquele lenço, aquele olhar…

Mas é tanta coisa que me sufoca que não sei por onde começar; por onde começo? Talvez por aquilo que mais me assombra? Que é o facto de seres imprescindível: não adianta procurar-te nas outras pessoas porque ninguém é como tu… que andavas sempre com o calendário do TAGV na tua bolsa colorida.

Sempre te achei especial e sempre me senti honrada de gostares de mim mas agora, às vezes, sinto vergonha de gostares de mim… Sou um escaravelho com uma crosta da realidade bem impermeável e a verdade é que eu continuo e tu…….não. Tenho ido às aulas e até já riu e mando piadas estúpidas como sempre…Agora ando viciada em massa de atum, achas que ias gostar? Eu acho que sim, afinal peixe era contigo e eu nunca cheguei a ir aquele restaurantezinho do Porto macrobiótico que querias… Achas que deveria ir agora? Eu não sei, porque não sei se faria o mesmo sentido e porque acho que, sem ti, não ia ter piada e não ia merecer a pena…

A vida (ou morte?) é egoísta e comezinha não é?

Quando as saudades apertam e olho para as nossas fotos (que tu tiras-te, sempre com a tua máquina digital sony), penso que nada mudou e que ainda te posso ligar porque vais ouvir e responder “Isa, lá estas tu a fazer filmes, esta rapariga tem cá uma imaginação”.
E o “oh pessoal” que eu prometo não por na tua caricatura, porque não querias… Lembrei-me no outro dia que tinhas pedido para colocarmos la um desenho de um computador com um polegar no ecrã a dizer “www.maozinhas.blogspot.com”, por isso continuamos…

Fura_Bolos

domingo, fevereiro 11, 2007

Catarse Blogosférica

Hoje senti saudades de um ombro de um amigo..Daqueles que podemos molhar de tristeza, arranhar de raiva, e iluminar com sorrisos transparentes...Tive vontade de fazer uma catarse...mas digamos k hoje não há tempo, não há sitio, não há vontade para fazê-lo de forma tradicional..É por isso que lanço aki a ideia de "catarse blogosférica"...Quando "imaculamos" a alma, mesmo que ninguém esteja connosco fisicamente, eles acabam sempre por estar lá connosco na mesma, com a representação mental que fazemos dos que nos são queridos, e isso ajuda a aliviar a dor, mesmos nakeles dias em queremos gritar ao mundo o quanto nos sentimos mal, mas em que simultaneamente sufocamos com cada palavra que teima em ser proferida...É por isso que talvez este conceito de "catarse blogosférica" seja bom por isso mesmo, porque a representação mental que temos do outro, pode ser sempre aliada à esperança que alguém nos "ouça"através das palavras que escrevemos, que alguém mesmo um cibernauta desconhecido nos possa alentar um pouco, simplesmente pela expectativa que geramos que esse alguém esteja aí do outro lado, mesmo que na verdade não esteja...

Anelar

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Sorrir

"e provavelmente ia cair no poço onde guardaste todas as minhas mentiras e as tuas desilusões..."

alguém me disse esta frase hoje à noite e, não sei porquê, lembrei-me de ti.....
Vivemos e queremos viver
Vivemos e queremos viver mais...
mas sabes do que nunca nos lembramos?
do risco que é esse viver
esse viver intensamente e sem folego
esse viver impulsivo e fechar os olhos
esse viver do sorriso e.....das lágrimas....

sim, porque nos podemos magoar e nunca saberemos o quanto essa magoa nos pode afectar, nos pode, no fundo, compremeter a nossa existencia de sorrisos por uns tempos.....

tudo que vivemos faz de nós quem somos, não é verdade? e o meio-termo é uma seca....

por isso, quero que saibas que isso que vives agora, faz de ti aquilo que eu amo: a tua essencia, não é verdade?
por isso vive

e a ti aconselho-te a viveres sem medo, sem medo do comprometimento

sabes porquê?

porque tu já te impedes do VIVER que eu falo..., só na tua maneira de ser branca(essa maneira de ser que eu amo)

antagonico?

podes crer...

beijão

PS:sabes quem és e desculpa ter posto isto on-line, mas tu não te aborreces, pois não?senão sabes como por out-line e fica só nosso..., gostava que o encarasses como uma homenagem? sim! porque eu tenho pena que poucas pessoas te conheçam e possam usufruir do privilégio que é conhecer-te e ser-te proxima!


Fura_Bolos

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Cartoon Coimbra - Namorados

Este é, na verdade, o nosso primeiro filme de animação.....

fura_Bolos