terça-feira, julho 10, 2007

Little Children


Hoje decidi alugar um dvd com a certeza de um filme banal que preenchesse uma noite de farra que tinha deixado para traz.


Há filmes que nos marcam sem sabermos porquê: talvez porque nos identificamos com as personagens; talvez porque nunca realmente os compreendemos e o filme agarra o nosso pensamento de uma forma subtil, de incubação sentimental...talvez porque o filme tem AQUELA cena, que pode ser apenas dois minutos de uma imagem vaga, que cola na nossa cabeça e se fecharmos os olhos ainda a vemos, como grandes holofotes de luzes vermelhas...


Hoje decidi alugar um dvd e houve uma frase no filme que, estranhamente, se colou à minha memória como a roupa molhada se cola ao corpo...

A frase era tão simples como algo do género: “O ser humano, nós, somos seres milagrosos...porque temos a capacidade de ver as pessoas que gostamos partir e, ainda assim, continuamos....”

Fura_bolos

3 comentários:

Puss in boots disse...

Continuamos continuamos... O problema é a forma como o fazemos. Continua-se com satisfação emocional após a morte de basbaques ue assaltam as nossa avós e as espancam se necessário por causa da porra de um fio de ouro. Continuamos em paz,mesmo lamentando, quando alguém que conhecemos apenas de vista desaparece para sempre. Porém, quando uma das pessoas que amamos, ou a que amamos acima de qualquer outra, parte... Sim continuamos, mas como? É um golpe cuja ferida jamais poderá ser curada. Nem em cicatriz se transforma. E tarde ou cedo, será um dos factores do nosso fim. Continuamos como continua um cão selvagem, ferido pela adversidade da natureza, até não conseguir resistir muito mais ao ferimento e cair no chão... Não deixando nada senão um rasto de sangue e o eco dos uivos soltos pelo sofrimento. É possível pensar que também continuamos pela beleza que podemos encontrar, sentimentos que podemos descobrir etc... Mas como raio é suposto alguém desfrutar hoje de um bom souflé quando ainda ontem lhe queimaram a língua? Não passamos de frasquinhos de mágoa e dor acumulada ao longo dos anos. Mais tarde quebramos, só aí o que carregamos connosco desaparece, somos esquecidos... E novos recipientes nascerão para absorver novas mágoas, novas dores e novos problemas. Pelo menos é assim que penso. Que se dane a minha opinião, não conta para nada excepto para demonstrar o meu gosto em aqui vos vir ler e comentar. Até breve. Espero ler mais textos nos próximos tempos.

Mãozinhas disse...

Uns dias atrás li um frase num dos livros do Júlio Machado Vaz "Sobreviver, sobrevivemos todos; Viver, vivem poucos."..Não sei pk mas quando li este post lembrem-se desta frase tão sábia...Poix sem dúvida que continuamos a sobreviver perante uma perda, e viver será que continuamos a conseguir? Não sei, ainda estou a descobrir..mas acredito piamente que o futuro pode ser mensageiro de boas novas...

Jinhos

Anelar

Quidam disse...

já ando para alugar esse DVD há um tempão...