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Nos intersticios corroídos por si próprios, que ficaram espalhados no jardim, esfrego a minha alma perdida em restos de si mesma..Quando te pedir que venhas comigo, não te escondas, vamos explorar aquilo que ficou escondido atrás das árvores, vamos arrancar as raízes que ainda nos prendem ao amanhã que nunca vem..Peço-te que me ofereças uma flor, o miosóti purpura, com que cobres o teu rosto ao amanhecer..Preciso ver o teu olhar embevecido quando deslumbras o céu..Vem comigo, desbravar as noites marejadas de luar, salpicar o sentimento com o brilho das estrelas cadentes..Deixa-me arrebatar-te com um beijo, já cansado de esperar, numa fila de vontades, que se conglomeram em bolas de fogo que a tua ausência vai dardejando aqui mesmo, no epicentro deslocado do local do sismo…O cansaço desvanece-se entre todos os momentos em que ainda penso ser possível conhecer-te…desnudo daquilo que não és, num processo de subtracção contínua em que extraio a tua essência…qual será o seu aroma? Tem o perfume de terra molhada, ou será que ainda cheira a maresia, naqueles dias em que os tons dourados do pôr do sol se esquadrinham nas ondas?Se a tactear como é?Será sedosa, ou pelo contrário espinha-nos a cada toque?Não sei…só conheço os ecos do que acho que sei, e que, ilusoriamente, sustêm o peso das interrogações, que ,penso, se finam lentamente em si mesmas…
Quero agarrar-te, perder o controlo numa nuvem avarenta do teu sangue..Deleitar-me e ver-te aí mesmo estendido..Estou cansada de limbos verdejantes de raiva, que acabam todos entrecruzados num beco sem saída..Preciso de te ver transbordar dentro do que a minha pequena dimensão conhece..Fecho-me ou saio..Deixo-me ficar acabrunhada entre estes medos feridos de frustração, ou simplesmente resgato-me, e permito-me sentir o arco-íris de emoções, mesmo quando todas elas estiveram a ficar púrpuras…Abre-se uma frecha aqui mesmo neste meu pequeno mundo... quero remendá-la já..não deixar que se percam as vivência já esquecidas, que me esvaia em planos do que nunca fui..Quero-te deixar ir em prelúdios de dias finais..enfiar uma foice na mochila,e percorrer outros mundos que não este…
Além dos Queen (que são um exemplo deste estilo camp) é também apontado o David Bowie, entre outros da época, como campers.
(camp, em inglês, além de acampamento, poder ter o significado de antiquado, ridículo, afeminado, gay).
"A maquilhagem diz-nos mais que o rosto"
Oscar Wilde
E esta heim?
17 a 20 de Julho |
Preço: Passe 4 dias - 151€ (ver melhor aqui) |
Descrição:
17 de Julho Aldo Linares 18 de Julho Babyshambles 19 de Julho American Music Club 20 de Julho Calvin Harris Simply THE Festival! :) (okay, o optimus alive também está muito bom) |
I walked outside
I could not cry
I don't know why
É assim a letra do tema “Recent Bedroom” do último e único álbum de Atlas Sound.
Este álbum, editado este ano, chama-se “Let the blind lead those who can see but cannot feel” sendo que este é, na minha opinião, um nome, nada fácil de pronunciar radiofonicamente mas que reflecte muito do álbum.
Ao ouvir o álbum com atenção podemos fechar os olhos, tentando encontrar refúgio nos sons chuvosos e silenciosos de Bradford James Cox. Estes sons, algo melancólicos, algo metálicos transportam-me para janelas de comboios regionais em dias de chuva. O reflexo do nosso nariz de perfil no vidro molhado, um pouco distorcido, parece-me combinar bem com o som do comboio que arranha os carris da viagem cega. Num misto de segurança e dor é assim que a musica de Atlas Sound dança desengonçadamente no estômago, chorando sem lágrimas, num grito mudo.
"Let the Blind Lead Those Who See But Cannot Feel" retrata uma fase da vida de Bradford Cox quando este foi internado num hospital durante todo um Verão da sua adolescência, devido a uma doença de ossos degenerativa. O isolamento das paredes brancas do hospital sente-se neste álbum, que compôs sozinho com poucos instrumentos e o seu laptop.
Com influencias como Robert Wyatt, Everly Brothers, Suicide, Laurie Anderson, The Breeders, Robin Guthrie, Casino Versus Japan, Stereolab, William Voight, Sparks, S.E. Rogie, Nuno Cannavaro, Piere Henry, Raymond Scott, Roy Orbison, este é um album a não perder.
Neste marasmo de ideias quase sem sentido destaco duas musicas: Recent Bedroom e River Card.