A mesa de cabeceira continuava mesmo ao lado da cama, com a garrafa de água em cima dela, só. Inerte. Vazia.
Deitada, os meus olhos desejavam chorar mas secos estavam como a garrafa de água ao meu lado: sós. Inertes. Vazios e...Secos.
Decidi, dada a garrafa sem água, não pensar em ti.
Decidi defender-me de ti e desse teu puzzle incompleto, como um soldado na frente de batalha desarmado e ferido.
Ás vezes penso mesmo que estou sentada num banco de madeira sem uma perna e que me equilibro nele para não cair, da mesma forma que equilibro as tuas peças do puzzle para não pensar em ti.
Outras vezes, encosto o banco de madeira velha sem perna à parede e deixo-me estar muito quieta, deixo-me estar simples e...sem metamorfose.
Nesses dias, dias de parede branca,... escrevo e: solto as peças de ti no chão como uma criança que as deixa cair só porque está distraída.
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3 comentários:
Olá, meninas!
É doloroso quando vemos o nosso puzzle estilhaçado no chão...Mas, por outro lado, também é essa queda, que nos permite reciclar o puzzle, transformá-lo, num processo continuo, que acompanha a nossa evolução..Fico à espera de ver os novos puzzles...
Adorei ler-te!
Anelar
de longe um dos teus melhores textos
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