Sinto-te nas minhas veias,
injecto-me contigo até à exaustão.
Nas ruas lunáticas que percorro,
já te vislumbro entre os meandros de solidão...
Exaltas-me, fazes-me arder com paixão,
desolas-me de antemão,
enfraqueces-me e enalteces-me,
com essas tuas ideias excêntricas e bizarras.
És tu quem me despe nas noites de escuridão,
desta minha armadura de frieza,
que me protege e embalsama..
Beijas-me com as tuas palavras,
com o verso que não rima,
com o suspiro silenciado pelas tuas estrofes.
Eclipsas os ponteiros do relógio,
libertas-me e prendes-me secretamente,
ao manto de loucura ensolarada..
O incesto cometo ao escrever-te,
pois com paixão carnal te sinto,
mas simultaneamente te concebo,
e de mim nasces tu, ó meu rebento..
A tua realidade enlaça-me,
encaixa-me e trespassa-me.
E se um dia o triste fado me levasse,
talvez fosses tu poesia, o meu destino acarinhado..
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6 comentários:
Ao ler percebi logo que era teu e sobre quem...
Tas inspirada, ta mt bonito...
Afinal tb tens uma grande veia poetica...
bjnh
Se um dia o triste fado te levasse, não seria apenas a poesia o teu destino.
P.S. - Ah e sim... Já o podes dizer a "esta pessoa".
Beijo.
Há pessoas assim...pessoas avassaladoras que nos matam e nos fazem viver!adorei
bj gd
walter
Incrível a forma como escreveste poesia, sobre a poesia, com uma enorme alma poética. Fabuloso.
Beijinho grande:
João
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