domingo, junho 19, 2005

Eugénio de Andrade

Os poetas são imortalizados pela sua poesia, por isso nada melhor que prestar homenagem a Eugénio de Andrade expondo um dos poemas da sua bela obra poética.

As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

4 comentários:

Mãozinhas disse...

Pode morrer o homem mas nunca morre o poeta ;)
Mindinha adorei o poema seleccionado ;)
Polegar

JoaquimGilVaz disse...

palavras....meu deus

Anónimo disse...

Enjoyed a lot! »

Anónimo disse...

Excellent, love it! »