O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém.
Essas coisas todas
Essas e o que falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido.
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Issimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
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6 comentários:
"o mestre"! :P e para conseguir "estragar" um poema como esse (e outros!), nada melhor que analizá-lo numa aula, ou teste de português, como aconteceu comigo (e com muitos outros, acredito)...
*beijinhos*
Um dos heterónimo de Fernando Pessoa no seu melhor :)
Polegar *
Se o meu cansaço for devido a sensações inúteis e uma busca pelo nada prefiro não viver!
Eu amo o infinito...eu procuro o infinito... e se na minha procura por ele fraquejar e cair...se mesmo aí sentir cansaço...levantar-me-ei, farei dele alento e seguirei o meu caminho!Assim viverei
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