Um suspiro de alívio, não demasiado fugaz, escapa-se assim que entra em casa. Tateia os objetos com uma familiaridade impossível lá fora.
Roda a saia quando é preciso, face às agruras que a picam no cinzento das horas em corrupio. Mas em casa - seja ela onde, como e em quem for - gosta de a despir. É prazenteiro sentir o rosto da sua própria pele e envolver-se no seu aroma, e, enfim, encontrar-se novamente: panorâmica de um processo sempre inacabado.
Em desilusões de relações desejosas de falhar, reenquadra a esperança num porvir autêntico. E no lastro fresco deste sentimento, satisfaz todos os músculos do seu corpo, dilacerando-se em evasões de tensão. Esvazia a mente. Limpa o coração.
Da janela, observa o gotejar de mais uma noite. Mergulha em si e volta à tona para respirar. Afinal, amanhã é um novo dia.
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