Despertou vulcões e empenhou os seus bem mais preciosos quando jurou vencer todas as tempestades. Aves de rapina cruzavam os céus involucrado em nuvens e os seus pés, já calvos, teimavam em caminhar.
A boca estalava de sede e o coração latejava como se fosse o seu último suspiro. Abissais colinas despenhavam-se num oásis azul, fruto de sonhos invertidos em miragens.
Era uma caminhada lenta e dura, e, embora houvesse um destino, não havia o trajecto. Poucos eram os apeadeiros onde podia repousar e restabelecer, ainda que levemente, o seu espírito obstinado.
O desassossego instalava-se na medida de uma rebelião. Seguia a paisagem com a vivacidade de olhar que lhe era característica, mas a espera de encontrar o que procurava tornava todas as cores mais pálidas.
Sobre si caía o signo do querer, insaciável e impedioso. E seria com ele, despojada de qualquer bem supérfluo, que havia de cair nas graças do inusitado tempo, que tardava em chegar. O seu tempo.
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2 comentários:
Dois posts num mesmo mês Uau x)
Uma loucura, sem dúvida
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