quinta-feira, julho 21, 2011

Rider

Despertou vulcões e empenhou os seus bem mais preciosos quando jurou vencer todas as tempestades. Aves de rapina cruzavam os céus involucrado em nuvens e os seus pés, já calvos, teimavam em caminhar.

A boca estalava de sede e o coração latejava como se fosse o seu último suspiro. Abissais colinas despenhavam-se num oásis azul, fruto de sonhos invertidos em miragens.

Era uma caminhada lenta e dura, e, embora houvesse um destino, não havia o trajecto. Poucos eram os apeadeiros onde podia repousar e restabelecer, ainda que levemente, o seu espírito obstinado.

O desassossego instalava-se na medida de uma rebelião. Seguia a paisagem com a vivacidade de olhar que lhe era característica, mas a espera de encontrar o que procurava tornava todas as cores mais pálidas.

Sobre si caía o signo do querer, insaciável e impedioso. E seria com ele, despojada de qualquer bem supérfluo, que havia de cair nas graças do inusitado tempo, que tardava em chegar. O seu tempo.

2 comentários:

João Afonso Adamastor disse...

Dois posts num mesmo mês Uau x)

Mãozinhas disse...

Uma loucura, sem dúvida