segunda-feira, junho 15, 2009

Loucura

Loucura entediada nos seus caminhos desmedidos,
Pensei em derreter-me em ti,
Enquanto despontavas as garras,
Para apanhar um futuro que só parece ser possível contigo.

Bates em todas as portas,
E abres aquela que dá para a sala de amor-ódio,
Onde me encontras já em horário serôdio,
Descortinando o dia de amanhã e tentando fazer o bem por linhas tortas.

Complexa e simples,
Perigosa e sedutora,
Necessária e anexa,
E assim lá vou desenhando o teu perfil,
Com o meu bom senso ainda ardil.

Lá fora olhas-me com esse olhar traquina,
De doce menina,
Sem eira nem beira,
Sem amor nem estribeira.


Um dia também consigo escrever sobre coisas mais objectivas :P

2 comentários:

João Afonso Adamastor disse...

Este comentário poderia ser de todo desnecessário, mas na minha opinião bons poemas são aqueles que são difíceis de perceber, que requerem esmerada consideração, e não os imperceptíveis ou os que se deixam ler distintamente.

Acredito que qualquer pessoa, uma vez escrevendo, um dia conseguirá escrever sobre todas as coisas... por isso, continua se for esse o objectivo.

:D

Mãozinhas disse...

O comentário não é de todo desnecessário...
Na verdade, partilho da mesma opinião, e a minha última nota foi feita num tom irónico.
Ás vezes, queremos continuar a ser nós mesmos mas mudarmos de "roupagem", o que neste caso quer dizer escrever num registo diferente...Quase sempre parece me ser uma tarefa hercúlea..:)Foi isso que aconteceu no dia em que escrevi o poema, daí a minha insatisfação.