sexta-feira, agosto 15, 2008

O Peso do Miosóti

Nos intersticios corroídos por si próprios, que ficaram espalhados no jardim, esfrego a minha alma perdida em restos de si mesma..Quando te pedir que venhas comigo, não te escondas, vamos explorar aquilo que ficou escondido atrás das árvores, vamos arrancar as raízes que ainda nos prendem ao amanhã que nunca vem..Peço-te que me ofereças uma flor, o miosóti purpura, com que cobres o teu rosto ao amanhecer..Preciso ver o teu olhar embevecido quando deslumbras o céu..Vem comigo, desbravar as noites marejadas de luar, salpicar o sentimento com o brilho das estrelas cadentes..Deixa-me arrebatar-te com um beijo, já cansado de esperar, numa fila de vontades, que se conglomeram em bolas de fogo que a tua ausência vai dardejando aqui mesmo, no epicentro deslocado do local do sismo…O cansaço desvanece-se entre todos os momentos em que ainda penso ser possível conhecer-te…desnudo daquilo que não és, num processo de subtracção contínua em que extraio a tua essência…qual será o seu aroma? Tem o perfume de terra molhada, ou será que ainda cheira a maresia, naqueles dias em que os tons dourados do pôr do sol se esquadrinham nas ondas?Se a tactear como é?Será sedosa, ou pelo contrário espinha-nos a cada toque?Não sei…só conheço os ecos do que acho que sei, e que, ilusoriamente, sustêm o peso das interrogações, que ,penso, se finam lentamente em si mesmas…

3 comentários:

A. Jorge Oliveira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mãozinhas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mãozinhas disse...

humm o rapaz que se esconde atrás do Miosóti... como te compreendo, amiga


lol

adorei

beijinhos