sábado, julho 11, 2009

Espera

Primeiro nasce a letra depois o conceito,
Ou será esta a formula imperfeita,
Longa é a espera fulminante,
Antecipa e alonga o desejo que já lá vem
A jusante.

Caminhada áspera dos sentidos,
Sentimentos corrompidos,
Por seus esboços tingidos,
Em esforços assim tão repetidos.

Imperceptível é a demanda,
É a quimera alcançável,
Em pleno espírito indomável,
E sem querer lá vou deixando
Passar a banda.

Fruto colhido no Inverno,
Que lá vou roendo,
À espera da ideia e da letra,
Ou da meta a atingir,
Ou da sua definição num momento do porvir.

Espero-me na esquina da tabacaria,
Percorro o jornal, lendo as novas que o bom senso traria,
Mas só encontro anárquica correria,
Palavras soltas nesta monótona ventania.

Actos de desespero levo-os em vão,
Cansaço de ser em saber ser,
Figurino traçado em acto improvisado,
Assim como neste poema,
Que já se encontra inevitavelmente cansado,
Deste seu fado..

3 comentários:

João Torgal disse...

Longe e "à espera de horas mais felizes"...mas com a inspiração habitual. É bom poder, pelo menos, continuar a ler os teus (óptimos) textos.

Beijinhos grandes

Felis disse...

amor, linda! diz-me algo!

Feliz disse...

Faz quase um ano a saída de Coimbra! Faz quase uma ano de expectativas desiludidas (mais do que já eram)! Faz quase uma ano k tudo mudou (para pior)! E que a minha família (os meus amigos) foram deixados para trás! Penso que todas estamos a passar "momentos menos felizes". E já não há aquele café apaziguador, aquele sorriso amigável e a palavra de reconforto a 20 metros de distância e a um passo de ser dada!:( Ritinha, tenho saudades de quando estavas lá e eu podia estar também! Se precisares de mim, liga!Ainda estou ao passo de um telefone!lol Eu preciso de vocês, todos os dias...Beijo de saudade.