quarta-feira, março 29, 2006

That´s not possible...

Em plena recessão económica nunca até agora tinha percebido o quão mal nós estamos...Agora até é preciso pagar 0.50 cêntimos para satisfazer como coisa tão urgente como as nossas necessidades fisiológicas...Sim porque estava eu na estação velha de Coimbra como se costuma dizer por aí "à mijinha pa rascar", quando chego ao WC e me apercebo que a crise afinal estava lá na mais simples premissa da condição humana..A princípio ainda pensei que punhamos a moedinha pa ir aos sanitário, e era tipo supermercado e depois devolviam...Mas nap...Foi caso para dizer que nunca me tinha passado a vontade tão rápido..

Anelar

segunda-feira, março 13, 2006

Dedico a VÓS!!!

Quem te ouve?! Quem te chora?!
Quem te sorri?! Quem te consola?!
Aquele que te limpa a alma,
corrompe e esfola a prisão que te devora…
Não te deixes ir pelos que te sujam a carripana
pois é nela que levas os que mais amas.
Quem ouves?! Quem choras?!
Quem sorris?! Quem consolas?!
E que por vezes sovas?!
Sim… são esses poucos transeuntes
que te arrombam da tua fissura escondida…
E se não sabes quem eles são…
Caminha até aos dias da inquietação
e aí dirás quem te perturba…
Aí dirás por quem vociferas
quando as feras te fustigam…
E saberás o quanto a tua carripana
ao longo de um percurso Evarestiano
Se entristeceu e se alegrou…
ao som de angústias nauseantes e risadas saltitantes…
E como ela está cheia…
Cheia de algo que todos aclamam…
Aclamam pela labareda que te aquece
no mais gélido branco de neve que te cerca.

Polegar (Não direi um obrigada porque sei que foi tão bom para vós como foi para mim. E é esse o grande privilégio numa amizade…)

domingo, março 12, 2006

“Eu amo o mundo que odeio”

Sim… é ele, o mundo, que me arquitecta à sua própria semelhança … e por mais que a negue… não há escapatória possível… Eu sou do mundo mas o mundo não é só meu… não estou ilibar-me das culpas que tenho… Mas que culpa tenho eu, de ser assim como sou?! Digam-me!!! Possuo uma herança que não escolhi e um corpo, um mundo à qual pertenço, e na verdade me identifico. Será isso que me corrói?! Porquê me identifico com tantas coisas que me repugnam?! Contudo, na sua plenitude lhe confisco o que de melhor ele tem… e procuro me manter nela. Mais… tento preserva-la dentro de mim.
“EU AMO O MUNDO QUE ODEIO”… Esta frase, retirada do poema As Cinzas de Gramsci (1957) escrita pelo poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (a titulo de curiosidade - nasceu em Bolonha, um nome muito aclamado actualmente pelos estudantes universitários europeus. Talvez, a obra deste grande senhor seja uma boa inspiração para as lutas que se avizinham). Escolhi esta frase pela sua simplicidade de conter em poucas palavras, o solto do grito gritante que me vai intrínseco à alma… Acompanhando-me como uma sombra, que me convence cada vez mais da sua totalidade exímia. Ela remete-nos para muitos pensamentos longínquos…que nos levam ao tudo e ao nada. E façam um favor a vós próprios, deixai esses pensamentos intrusos, por vezes, fluir. Até vou partilhar convosco alguns… os que mais deambulam pelas veias pensantes… Comecemos pelos os dois únicos verbos da frase: Amo vs odeio. Como se ouve por aí, o amor e o ódio são tão próximos que se entrelaçam de uma forma tão penetrante, que nos leva a desconhecer a sua própria fronteira. O mundo é feito, queiramos ou não, de um ar antagónico que se respira a todos os milésimos de segundo… Vejamos as incertezas que percorremos para chegar as metas que conseguimos… Já alguém dizia “o que me lixa é a puta da dialéctica”. É a dor de pensar, de escolher, de ser… É uma luta inconstante entre o mundo e eu … porque é ele que me dá e tira o controlo que tanto venero… É ele que me encaixilha o sorriso e a lágrima na minha alma… É ele que me os carimba na minha cara.
Por ser ele o que me veste e despe todos os dias, também, é ele que amo e odeio todos os meus singulares dias…E porque a sua complexidade é singela, é única… Eterna de surpresas… Eu o amo mais do que o odeio…
Fica sempre muita coisa por se dizer… vamos dizendo… desde que o sistema cognitivo e fonológico nos deixe… Se não, só nos resta os pensamentos flutuantes que nos perseguem…

Polegar

quarta-feira, março 08, 2006

"Um copo meio cheio, sff"

No prelúdio fugaz da aura acesa da manhã pressinto-te nos músculos comprimidos pela ansiedade envolta em papel com grafismos de dúvidas que o novo dia presenteia...
O cacau deprimente da vida transborda do copo matinal...Alegra-se com um café curto de sentimentos que hibernam no coração que fervilha com a cafeina buliciosa...
A paisagem angustiante dos meus pensamentos correm com uma fúria luminosa no espelho d'alma do comboio fantasma que me leva a conhecer a legião dos meus medos.. Dormito no ombro amigo da esperança, sonho com o pelo sedoso do familiar, tacteio o eterno em cada momento efémero de existência...
No meu destino vislumbro-os a eles...aos meus medos destemidos. Falo com eles, abraço-os, entrelaço-me nos seus confins, até nos fundirmos numa massa galática, que ofereço a mim mesma dentro de um cavalinho de Troia
Fino-me nos meus tormentos, renasço nos restos perdidos de mim mesma(ou pelo menos preciso de acreditar que sim...)

Anelar