Negrumes de um orfeu perdido em imaginários de velho do Restelo, prenúncio de más sortes...Foram-se as glórias, os tempos ultrajados pela felicidade de respirar o orvalho da manhã, na procura de uma força energizante, através da qual poderia atingir, enfim outras quimeras...Só restam as folhas secas que recobrem os trilhos pisados outrora pela vontade de te ter bem perto de mim, à distância de um suspiro, entrecortado por esquissos de prazer.
Caminhos percorridos chego a casa e abro a porta, que range as dobradiças como quem semicerra os dentes enraivecidos por me verem. As teias de aranha decoram as paredes, e a cadeira de baloiço despenha-se contra o tapete persa, já desfeito pelas solas que ali se demoraram anos antes..Sento-me, na esperança de me recordar de já o ter feito alguma vez...Quedo-me alguns segundos, tempo inusitado que me leva a que, de uma rasgo só, ponha cobro aos sonhos que preenchiam o meu espaço onírico.. Sonhos que não queria ter, já que sempre que tentava que o deixassem de ser, consumando-os nos confins da realidade, eles simplesmente voavam para um qualquer baldio de emoções, num carroussel de vivências circulares, antecedidas pelas maralhas do espaço e do tempo...