sexta-feira, junho 23, 2006

Vivemos da mentira ou da verdade?

É verdade que o amor eterno existe?! É verdade que a vida eterna existe?! Ou queríamos que fosse verdade ou até precisamos de acreditar que seja verdade, nem que seja um bocadinho?!

Pois é, se calhar a verdade não é nem mais nem menos o que cada um de nós quer que seja verdade. Passo a passo construímos as nossas verdades… mas tudo que é verdade hoje, amanhã pode não ser… não é verdade?! :P

Escondemo-nos no medo de perder essa verdade e tornámo-nos vulneráveis com esse medo de viver numa mentira… E agora pergunto, teremos mais medo com mais verdades ou com mais mentiras?!! Será que o medo de perder uma certeza é maior do que o medo perder uma ilusão?! E quando essas mentiras são sonhos, crenças, fantasias e as verdades são as realistas?! Uma mentira também se pode tornar uma verdade, quando o sonho se concretiza. Buscamos por vezes na mentira as nossas verdades, sem saber qual é o correcto.

Eu busco nessas verdades que a ilusão existe. Sei que posso dizer que o pássaro é branco e não posso dizer que aquele pássaro será sempre branco. Mas na verdade, ele será sempre branco para mim, se eu quiser. Com isto quero dizer, que a verdade é a temporalidade momentânea de mim. E o medo de saber que as nossas verdades são mentiras e vice-versa, ou que há verdades mais verdades do que outras… é o que nos faz agir… Porque temos que protege-las a tudo custo, se não, nada faz sentido, nada era nada. A realidade não é mais que o prolongamento de acreditar em algo e consegui-lo, com muitos pequenos nadas se faz os impossíveis… basta acreditar. E porque tudo passa… só não passa o momento em si.

E porque há muitas verdades e mentiras refutem as minhas sempre que possam, para eu torná-las mais ou menos verdadeiras :P

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sábado, junho 17, 2006

Vozes intemporais( I )


Data de Nascimento: 21-02-1933Local de Nascimento: Tryon, Carolina do NorteNome Verdadeiro: Nina SimoneData de Falecimento: 22-04-2003País de Origem: EUA

Excêntrica, enigmática, temperamental. Uma mulher de armas, como se costuma dizer, que durante os anos 60, quando ainda se faziam concertos para brancos e para negros, defendeu activamente os direitos dos afro-americanos, tanto no palco, como fora dele, tento estado sempre ligada a outras causas como o "Black Civil Rights Civil Movement".Por força das circunstâncias começou a tirar partido de uma voz, que até então desconhecia possuir, e que se viria a revelar mágica aos olhos do mundo, através de canções como "I Loves You Porgy", "My Baby Just Cares For Me" e "See Line Woman".Nina Simone nasceu na Carolina do Norte dos anos 30, numa família pobre que a baptizou de Eunice Waymon. Era a mais nova de sete irmãos, mas teve de começar a trabalhar muito cedo para ajudar a família. Aos quatro anos já revelava uma aptidão natural para o piano, daí que o professor que a ensinou desde a pressionar as primeiras teclas tivesse providenciado desde logo a abertura de uma poupança, "Eunice Waymon Fund", para que Nina pudesse continuar a investir na sua edução musical. E a cantora assim fez. Já na adolescência frequentou aulas de piano na conceituada Julliard School of Music, de Nova Iorque, uma oportunidade rara para uma mulher negra, se tivermos em conta que corria então a década de 50. Terminados os estudos, Nina Simone começou a acompanhar cantores ao piano para ajudar a família, até que em 1954 aceitou um emprego num bar irlandês, em Atlantic City. O dono do estabelecimento informou-a de que precisavam de uma cantora - "Sabes cantar, Nina? Se não sabes, não te posso contratar", esclareceu desde logo. A cantora, não estando em condições de negociar, começou a cantar "I Loves You Porgy", tema da ópera "Porgy and Bess", que entretanto se tornou num êxito à escala mundial, e ficou com o lugar.Os primeiros temas, Nina Simone gravou-os no final dos anos 50 para a editora Bethelhem, dando provas concretas dos seus dotes de pianista, cantora e compositora, através de temas como "Plain Gold ring", "Don't Smoke in Bed" e "Little Girl Blue".Intérprete exímia de estilos como gospel, soul, blues, jazz e folk, acabando sem querer por criar um estilo só seu, Nina hipnotizou plateias desde os primeiros concertos, já que era no palco que se sentia em casa. No entanto, era também em palco que se revelava o seu temperamento difícil, e que muitas vezes a fez abandonar o espectáculo em manifestação contra o barulho do público. Activista sem olhar a meios, Nina escreveu "Mississippi Goddamn" depois de quatro crianças negras terem sido mortas num bombardeamento numa igreja de Birmingham, em 1963. Gravou dezenas de discos ao vivo, e apesar de ter composto originais, construiu uma carreira também com base em composições assinadas por outros artistas, que imortalizou, caso de Jacques Brel, Kurt Weill, The Beatles, George Harrison, Leonard Cohen, Bob Dylan, Bee Gees e, principalmente, George Gershwin.Depois de tempos turbulentos vividos durante a década de 70, fruto de um divórcio, problemas financeiros e grande instabilidade domiciliária (tendo vivido na Suíça, Libéria, Barbados, França e Inglaterra), Nina regressou em força às tabelas de vendas, nos anos 80, depois do clássico "My Baby Just Cares Form Me" ter sido utilizado numa campanha publicitária da Cacharel, e a provar que a voz da cantora continua ainda hoje a dar cartas um pouco por toda a parte, "Ain't Got No (I Got Life)" foi um dos mais bem sucedidos singles do ano na Holanda, tal como acontecera há trinta anos.No dia 22 de Abril de 2003, o agente de Nina Simone anunciava a morte da cantora. Aos setenta anos de idade, Nina morreu em casa, no Sul de França, vítima de doença prolongada. Deixa uma filha, Lisa, do casamento com o ex-marido/manager Andy Stroud.

Imperdível ouvir o legado que esta senhora nos deixou...

Anelar